GÊNERO, RAÇA E COLONIZAÇÃO: BRASILIDADES EM DISCURSO

FRANÇA, GLÓRIA
PONTES

68,00

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Esta obra analisa os discursos do turismo sobre o Brasil. Convocar as categorias de "Gênero, raça e colonização" não deve parecer excessivo. De fato, desde que se questione o complexo jogo de olhares que implica o exotismo, essas categorias tornam-s e completamente pertinentes. O exotismo não é somente um olhar sobre o outro -julgado diferente, pitoresco, fora do comum ou estranho. Como escreve Glória França, o exotismo assinala antes de tudo uma certa "economia do desejo". Tanto na França quant o no Brasil, os imaginários turísticos sobre o Brasil e seus habitantes, em especial sobre as Brasileiras, apresentadas como "indígenas", "negras", "mestiças", "mulatas" constituem, de acordo com a autora, "uma estranha relação" ao mesmo tempo "este reotipada e exotificadora". Uma relação ao outro carregada de desejos mais ou menos conscientes: curiosidade e sentimento de estar longe de casa, atração e alteridade, processos de identificação e de contraidentificação. Glória França mostra que esse olhar e essa relação ao outro não resultam somente de uma construção socio-histórica mas também e sobretudo de um "discurso fundador" (Eni Orlandi). Um discurso antigo, dominante, interiorizado e carregado de silenciamentos, que produz ainda hoje um a forma de colonização do pensamento - tanto no Brasil quanto na França. os discursos dos guias turísticos são analisados como retomadas dessa memória colonial. Em seu formato, o discurso dos guias turísticos reproduz e naturaliza o olhar direcionado . Em seu funcionamento, ele guia o olhar dos leitores franceses e brasileiros, ele lhe indica primeiramente um centro e uma periferia. Desde a Europa, ele aponta em seguida o que é exótico e o que não é, ele celebra o que é "preciso ver'" e passa so b silêncios o que não merece ser visto. Além de suas qualidades científicas intrínsecas, o trabalho de Glória França interpelou profundamente o viajante e leitor de guias sobre o Brasil que sou. Não somente sua obra é estimulante para o pesquisador, mas ela atinge igualmente um outro objetivo das ciências humanas que é o de questionar nossas práticas e nossos imaginários.
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